Estudos recentes indicam que as mulheres têm mais propensão a desenvolver doenças autoimunes, como o lúpus e a esclerose múltipla. E e a explicação para isso pode residir no cromossomo X.
Segundo uma pesquisa, um grupo particular de moléculas atuando no cromossomo X extra nas mulheres, pode, em certas ocasiões, confundir o sistema imunológico.
Embora isso possa não ser a única razão para a prevalência de doenças autoimunes no gênero feminino, a descoberta abre caminho para tratamentos mais eficazes e menos nocivos à saúde da mulher.
O estudo foi liderado por cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e publicado na renomada revista científica Cell.
O ser humano possui 23 pares de cromossomos, sendo que o último par é determinante do sexo biológico: mulheres apresentam dois cromossomos X, enquanto homens exibem um cromossomo X e um Y.
O cromossomo X tem um papel crucial na regulação do sistema imunológico. Como as mulheres possuem dois e os homens apenas um, isso pode indicar que as mulheres têm uma maior predisposição para essas doenças.
Os pesquisadores realizaram uma série de experiências em ratos e células humanas para investigar o papel desse cromossomo.
Eles descobriram que quando certos genes no cromossomo X estão hiperativos, eles podem causar uma superprodução de células imunológicas, o que pode desencadear uma resposta autoimune.
Para explicar melhor, apesar das mulheres terem dois cromossomos X e os homens apenas um, ambos produzem níveis similares de proteínas do cromossomo X. Isso porque um dos cromossomos X nas mulheres é geralmente silenciado pela molécula Xist.
Esse silenciamento é de extrema importância para a saúde feminina. Porém, caso um gene do segundo cromossomo consiga escapar desse controle, há a produção excessiva de proteínas, algumas potencialmente tóxicas.
Por isso, os especialistas estão considerando que a presença de um segundo cromossomo X nas mulheres poderia estar de alguma forma implicado no fato de serem mais suscetíveis a essas doenças.
Se essa hipótese se confirmar por meio de experiências futuras, novos tratamentos para doenças autoimunes poderiam acabar sendo desenvolvidos.
Ao invés de medicamentos que inibem todo o sistema imunológico, a terapêutica poderia focar nas moléculas presentes no cromossomo X, oferecendo uma cura mais eficaz e menos prejudicial ao organismo feminino.
Ainda assim, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses resultados e explorar sua aplicação na medicina. Os cientistas enfatizam que embora essa descoberta seja promissora, o tratamento de doenças auto-imunes é complexo e exigirá uma abordagem multifacetada.
Veja também: Faça isso para evitar que encaminhem seus áudios no WhatsApp
Veja também: MEI: prazo para declarar o quanto faturou em 2023 é definido
2024-02-05T17:10:04Z dg43tfdfdgfd