BAHNSEN KNIGHTS | CULTISTAS, CARROS E TORNADOS NESSE GAME RETRO DE VISUAL ENCANTADOR!

As pessoas são apaixonadas por carros! Seja o garotinho com seu carrinho de brinquedo ou quem pega aquele volante gamer tunado pra ter uma sensação realista no PC. Da mesma forma, o misticismo acompanhou a história da humanidade, como vemos de forma detalhada em Grimório Oculto. Sendo assim, seria possível misturar essas duas coisas? Bom, quem viu Cultos: A Linguagem Secreta do Fanatismo, sabe bem que isso já acontece e que no mundo moderno, o difícil é achar alguém que não esteja em um culto sem imaginar. E Bahnsen Knights fala exatamente sobre isso.
A história apresenta um mundo moldado por tornados de categoria F5, os mais poderosos possíveis. No ano de 1983, dois tornados desse tipo se colidiram em um povoado, deixando um rastro de destruição sem precedentes. Dos destroços, surgiu Toni, um vendedor de carros que de alguma forma conseguiu juntar seguidores e tornar um culto chamado Bahnsen Knights, onde cada membro dirige um Ford Sierra e sua crença está ligada ao caos dos tornados e a esses automóveis.
Você assume o papel de Boulder, um homem revoltado com a morte de um amigo, e que foi enviado por sua agência para descobrir o que acontece dentro desse culto religioso. No entanto, você precisa se manter firme em seu papel, pois Toni é uma pessoa muito misteriosa e difícil de ser compreendida. É necessário se comunicar de forma discreta com a agência, ao mesmo tempo que coleta informações e vive a vida de um Bahnsen Knight.
A primeira coisa que me fez ficar apaixonado por esse jogo, foi o visual! Eu estava vagando e vendo o que tá em promoção na GMG, já que frequentemente aparecem umas keys da Steam a preços cabulosos lá. Mas eu esperava ver algum jogo famosinho. Um Lords of the Fallen da vida, ou se fosse indie, no mínimo um Steamworld Build. Mas, assim como jogos do tipo My Little Blood Cult, com seu visual sombrio, mas tão diferenciado que chega a ser encantador de imediato, eu simplesmente me apaixonei pelo banner de Bahnsen Knights.
Ao entrar, vi que era um jogo com um estilo de jogabilidade mais clássica, semelhante a muitos jogos dos anos 80, com aquela mecânica narrativa. Não exatamente um point and click, mas algo que pode acabar sendo semelhante. Porém, que no fim das contas parece muito mais um visual novel ocidental. Como estava sem jogar nada, vi que eu precisava muito jogar e assim o fiz! Temos alguns games indie que se destacam com seu humor, como I Love You Freddy, e esse aqui, o forte foco na história e o quanto caiu bem o visual, acabou formando algo que usa trama e visual de forma muito bem sincronizada.
Esse é um jogo da desenvolvedora argentina LCB Game Studio, e distribuído pela Chorus Worldwide Games. O visual me lembrou de certa forma, Frequência Kirlian, que por acaso é uma maravilhosa animação sombria argentina. Isso me faz pensar se essa não seria a identidade visual argentina, com esse estilo meio psicodélico, meio sombrio e um toque de horror.
A jogabilidade é bastante focada em algo para ser narrativo mesmo, sendo assim, você vai lendo a história e acompanhado de belas imagens ou animações do que está rolando. Mas, com frequência, aparecem opções para você escolher. De imediato, eu já tentei fazer as piores escolhas possíveis para ver se eram escolhas mesmo ou ilusões que tantos jogos fazem. Felizmente o jogo te dá escolhas reais que podem te levar à morte.
Eu morri algumas vezes enquanto jogava, mas você não recomeça do zero. Ao invés disso, é colocado para antes da cena. Isso pode acabar sendo um pouco desanimador, pois por mais que te leve à morte, acaba sendo algo que no fim das contas te faz ter que escolher a coisa certa a se fazer. Isso acaba tornando a morte mais uma surpresa do que poderia ter acontecido, do que um caminho a ser seguido.
A história é absurdamente encantadora, e é um jogo curtinho. Me passou a sensação que The Carnel House Trilogy passou, sendo aquele tipo de game onde você pode pegar uma caneca com algo quentinho em uma noite chuvosa e ir jogar. Certamente é o ambiente perfeito para jogar isso aqui, sendo uma experiência rápida, mas extremamente atmosférica com seu clima sombrio tão agradável.
A história tem um toque muito noir e você mergulha nela, aos poucos compreendendo esse mundo. Passa muito a sensação de um ambiente rural com uma cidadezinha, mas com um grupo de fanáticos que mora nas proximidades. A ideia de colocar o Ford Sierra, um automóvel dos anos 80, dá um charme a mais. Normalmente existem gangues de motoqueiros, mas aqui temos fanáticos apaixonados por seus carros, e inclusive tem algumas regrinhas próprias relacionadas a eles, como o motorista sempre escolhe a rádio.
Você vai vivendo a vida de Boulder, passando o dia a dia dele. Ao anoitecer, vê as pregações e julga com ódio as palavras de Toni. Mas, após os sermões, recebe seus trabalhos, às vezes participa de uma prática chamada "Exorcismo", onde um grupo de carros se posicionam na estrada para formar uma cruz e vão em direção a um tornado, às vezes você vai ao bar local, às vezes se comunica com sua agência.
Nas lápides falsas de sua esposa e filha, você deve levar cartões de santos e provas de algo. Cada santo significa uma mensagem, e você precisa associar essa mensagem à prova que tiver. E assim, deixa ali, como se fossem homenagens a pessoas que você ama e que se foram. Mas tudo faz parte da coleta de provas para acabar com Toni e descobrir o que aconteceu com seu amigo.
Inclusive, uma das coisas mais gostosas do jogo, é a paranoia presente. Você não sabe quem está desconfiando de você, e frequentemente aparecem alguns diálogos que passam a sensação de que já sabem que trata-se de um infiltrado. Como os membros são notavelmente perigosos, sendo um bando de sociopatas, às vezes você apenas morre, e em outras você consegue ficar vivo, mas sabe que fez algo que deixou uma dica.
Também existe uma pequena variação na jogabilidade durante momentos em que você precisa fazer missões de carro. É algo muito "mecânico", mas ainda assim foge do padrão. É apresentada uma pista com carros aparecendo e você precisa selecionar a opção de se movimentar para algum dos lados para desviar. É no mesmo formato de seleção de diálogos ao invés de setas ou algo do tipo.
Acho que games envolvendo cultos tem uma tendência natural a fazer algo diferenciado. Por exemplo, tivemos Eresys, com seu multiplayer empolgante, Cult of the Lamb, com sua fofura, The Church in the Darkness, com um culto que tem regras novas a cada jogatina, e mais. Já no caso de Bahnsen Knights, seus grandes destaques são a mitologia e visual.
Enfim, tá aí um jogo que achei muito diferenciado e atraente. O estúdio é composto por apenas duas pessoas, o romancista Nico Saraintaris e pelo artista Fernando Martinez Ruppel. E é notável que os dois estavam em perfeita harmonia pra fazer algo que dá pra sentir facilmente como o visual tá bem conectado com a história. Recomendo demais!
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Sobre jogos narrativos em pixel art

Nos anos 80 e 90, a indústria de jogos de computador testemunhou uma era fascinante de narrativas interativas e visuais peculiares em pixel art. Estes "atmosféricos" jogos narrativos foram pioneiros, desafiando as limitações tecnológicas da época para criar mundos imersivos e histórias envolventes. Com gráficos simples, porém expressivos, e mecânicas de jogo baseadas em escolhas narrativas, esses jogos capturaram a imaginação dos jogadores, oferecendo experiências profundas e inesquecíveis.

Um dos aspectos mais marcantes desses jogos foi a ênfase na narrativa. Enquanto os gráficos eram limitados pelos padrões atuais, a criatividade e a profundidade das histórias compensavam amplamente essa falta. Títulos como "The Secret of Monkey Island" e "Maniac Mansion", desenvolvidos pela Lucasfilm Games (atual LucasArts), foram pioneiros nesse gênero, apresentando enredos cativantes repletos de humor, mistério e personagens memoráveis.

A técnica de pixel art, caracterizada por sua estética minimalista e uso habilidoso de pixels para criar imagens detalhadas, deu vida a mundos inteiros com uma quantidade limitada de recursos gráficos. Embora simples à primeira vista, a pixel art dos jogos daquela época transmitia emoção e atmosfera de maneira única, imergindo os jogadores em ambientes variados, desde ilhas tropicais até mansões assombradas.

Uma das características marcantes desses jogos era a mecânica de escolha e consequência. Os jogadores não apenas exploravam ambientes, mas também tomavam decisões que influenciavam diretamente o curso da história. O diálogo interativo permitia escolher entre diferentes respostas ou ações, moldando o desenrolar da narrativa e proporcionando uma sensação de envolvimento único.

Embora tenham sido lançados há décadas, o legado desses jogos persiste. Eles servem como inspiração para os desenvolvedores modernos, muitos dos quais buscam capturar a essência da era dos jogos narrativos dos anos 80 em suas criações contemporâneas. Vemos uma série de títulos atuais que se inspiram nesse período, procurando recriar a magia da narrativa envolvente e da estética pixelada, trazendo de volta a nostalgia para os jogadores mais antigos e introduzindo essa experiência única para uma nova geração de entusiastas de jogos.

Por mais que a tecnologia tenha avançado e os gráficos tenham alcançado novos patamares de realismo, a influência dos jogos narrativos dos anos 80 permanece. A combinação de uma narrativa rica, mecânicas de jogo envolventes e o charme atemporal da pixel art continua a cativar jogadores e desenvolvedores, lembrando-nos de uma época em que a criatividade superava as limitações técnicas, deixando um legado duradouro na indústria de jogos.

2023-12-18T20:30:06Z dg43tfdfdgfd