STROLL SURPREENDE COM PNEUS MACIOS NO FIM E LIDERA TREINO LIVRE DO GP DA CHINA

Se o fim de semana na China já prometia imprevisibilidade, o treino livre desta sexta-feira (19) trouxe ainda mais tempero à salada com a liderança de ninguém menos que Lance Stroll. O piloto da Aston Martin cravou 1min36s302 em sua tentativa final de volta rápida, batendo Oscar Piastri. Max Verstappen foi o terceiro colocado.

Como já era esperado, a sessão trouxe muito mais incógnitas do que respostas, uma vez que os pilotos tiveram apenas a atividade única para entender o comportamento dos carros atuais no peculiar circuito de Xangai. Ferrari, por exemplo, liderou por boa parte, mas foi surpreendida por uma atrevida Williams, primeiro com Logan Sargeant se metendo entre Charles Leclerc e Carlos Sainz, depois com Alexander Albon virando o melhor tempo ao cravar 1min37s229.

Só que faltava ainda a Red Bull mostrar a força com os pneus macios, e Verstappen, como de costume, não tomou o menor conhecimento, sendo o primeiro a baixar de 1min36s. Pérez veio no embalado e fechou o 1-2 dos taurinos, porém com um tempo de volta 0s4 mais lento que o de Max.

A McLaren, então, guardou décimos preciosos para o fim. Com o melhor primeiro setor, Piastri alcançou 1min36s629 e tomou a ponta. Lando Norris também veio forte e com tempo suficiente para bater o companheiro de equipe, mas desistiu de completar o giro.

E quando tudo já parecia resolvido, eis que Stroll, do mais completo nada, fez a melhor segunda parcial e, no fim, colocou 0s327 sobre Piastri. Os pneus macios ajudaram, sem dúvida, mas a liderança do piloto da Aston Martin deixou o fim de semana ainda mais imprevisível.

Sergio Pérez foi o quarto, seguido da dupla da Haas, Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen. Esteban Ocon, com o carro atualizado da Alpine, alcançou um esperançoso sétimo lugar, com Albon, Daniel Ricciardo e Valtteri Bottas fechando o top-10. A Ferrari terminou em 13º e 14º com Leclerc e Sainz, respectivamente, enquanto a Mercedes não passou os 17º e 18º lugares com George Russell e Lewis Hamilton.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da China, em Xangai, e transmite sprint shootout, classificação e corridas em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Na sexta-feira (19), a classificação da sprint acontece às 4h30 (de Brasília, GMT-3). No sábado, a prova curta será meia-noite, com a classificação às 4h. No domingo, a largada está marcada para as 4h.

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Confira como foi o treino livre da Fórmula 1 em Xangai:

Após hiato de cinco anos por conta da covid-19, a F1 teve de lidar em um único treino com uma pista que já não era mais tão familiar assim, e não apenas pelo tempo sem corridas, mas também pelas mudanças recentes no regulamento. O primeiro contato dos novos carros, com efeito-solo, foi na sessão que antecedeu a classificação da corrida sprint, a primeira da temporada 2024 — evento, aliás, bastante criticado pelos pilotos justamente pelo fator desconhecido e o pouquíssimo tempo de adaptação.

Para o fim de semana na China, portanto, poucas equipes optaram por mudanças nos carros. As alterações escolhidas, na verdade, foram muito mais pontuais. A Mercedes, por exemplo, revisou o halo para melhorar o fluxo de ar, assim como a Williams. Alpine e Haas, por sua vez, trouxeram assoalhos atualizados, mas a equipe americana introduziu ainda revisões na tampa do motor e nas entradas de ar próximas à suspensão traseira. Por fim, a RB veio com modificações no apoio de cabeça do piloto no carro.

A imprevisibilidade do asfalto — que causou bastante estranheza aos pilotos pelo aspecto pintado, e não recapeado — fez a Pirelli separar a gama intermediária para o final de semana, C2, C3 e C4. Nos termômetros, a sessão começou com 22°C de temperatura ambiente, com a pista em 38°C e umidade relativa do ar baixa, em 25%.

Assim que os boxes foram liberados, Guanyu Zhou, piloto da casa, partiu para o primeiro contato na pista com os pneus médios. A câmera, claro, acompanhou o chinês, que guiou com cuidado e fechou o giro inicial em 1min42s487.

Com todos na pista, as escapadas começaram. Imagens recuperadas mostraram Hamilton e Pérez perdendo o controle do carro. Zhou, por sua vez, informava que a aderência não era tão alta, porém não tão ruim quanto o esperado para um local sem atividades de F1 há tantos anos.

Enquanto isso, Verstappen mantinha a normalidade ao virar 1min39s497, porém Fernando Alonso acertou um bom giro e ficou a apenas 0s011 do neerlandês, e com um detalhe: de pneus duros, enquanto Max optou pelos médios. O piloto da Red Bull, então, melhorou a marca em 0s3 e Pérez veio no embalo, ficando a apenas 0s049 do colega de equipe. Hülkenberg surgia em terceiro.

Claro que com apenas um treino à disposição, era praticamente impossível ler as configurações de cada piloto baseado apenas no tempo de volta. A Ferrari, por exemplo, lançou Sainz e Leclerc à pista já com pneus de faixa vermelha, mas Verstappen emendou mais uma volta rápida e foi ainda melhor no segundo setor, enquanto Pérez, logo atrás, era o dono do primeiro trecho. O mexicano também foi o mais rápido na parte final, mas não foi o suficiente para bater o tempo de Verstappen.

Com apenas 15 minutos de sessão transcorrida, a direção de prova acionou a bandeira vermelha, mas por uma razão, no mínimo, inusitada: o gramado na curva 7 começou a pegar fogo. Em segundos, a chama começou a se alastrar e abrir um 'buraco' na grama. Os fiscais, contudo, conseguiram controlar o incêndio rápido, e a interrupção durou cinco minutos.

Mesmo assim, dificultava ainda mais o cenário, pois cada ida à pista era crucial para o entendimento do carro. E com todo mundo tendo ainda muito o que fazer, enroscos eram questão de tempo. Perto da marca dos 30 minutos de sessão, Hamilton buscava abrir passagem sobre Hülkenberg quando reclamou de Norris tê-lo empurrado para fora pouco antes de chegar ao pit-lane (era, na verdade, Piastri). A manobra, contudo, rendeu ao #44 uma advertência por ter cruzado a linha branca que delimita a entrada dos boxes.

Na frente, a Ferrari fazia 1-2, com Leclerc virando 1min38s130 e Sainz a 0s252 da marca do monegasco, ambos com pneus macios. A volta de Charles foi 0s368 melhor que a de Verstappen, então líder, porém com tempo obtido com os compostos médios.

Perto da barreira dos 20 minutos para o fim, Leclerc, Sainz, Verstappen, Pérez, Norris, Russell, Hülkenberg, Hamilton, Ocon e Alonso fechavam o top-10. O #31 — a única Alpine atualizada na pista — , então, acertou uma bela volta com os pneus macios e pulou para quinto. Quem também surpreendeu foi Sargeant, que simplesmente pulou para segundo com os pneus macios, apenas 0s2 mais lento que Leclerc mesmo com leve escapada. "Isso foi terrível", lamentou o americano por conta do erro.

Enquanto a imagem recuperava Norris errando a entrada dos pits — mais um, já que Alonso também havia se enganado instantes antes —, Sainz abria volta rápida para retomar a dobradinha da Ferrari no TL. O metaverso, então, entrou em ação, com Albon colocando nada menos que 0s8 sobre o tempo de Leclerc e assumindo a liderança com 1min37s229.

A partir daí, foi um salseiro, pois a Red Bull buscou colocar as coisas no lugar, só que as equipes menores se atreveram a embaralhar a disputa. E quem mais surpreendeu foi Stroll, calçado com os macios, ao contrário de Alonso, que poupou a borracha vermelha e só andou de duros na sessão.

Volte em instantes.

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